sábado, 14 de maio de 2011

Deputado Ronaldo Fonseca critica “kit gay”, mas é contra homofobia

Ronaldo Fonseca (PR-DF) defende a inclusão de outros grupos que sofrem bullying



Mesmo admitindo não conhecer todo o material do kit anti-homofobia, o deputado federal Ronaldo Fonseca (PR-DF) é contra sua distribuição a escolas pelo governo.

Fonseca sustenta que eles “incentivam a homossexualidade” em crianças e adolescentes que ainda estão formando seu caráter e personalidade.
O deputado se diz a favor do combate à homofobia entre os estudantes, mas discorda da “metodologia” proposta pelo MEC (Ministério da Educação).
Leia trechos da entrevista dada ao R7.
R7 - Por que o senhor é contra o kit anti-homofobia?
Ronaldo Fonseca (PR-DF) - Meu objetivo é impedir que esse material vá para as mãos das crianças, porque ele faz uma apologia à homossexualidade, dizendo que é para combater a homofobia. O preconceito, a discriminação, o bullying na escola, a gente se preocupa com isso, mas a maneira como eles estão querendo fazer não é mais correta.
Ensinar a "conviver com a diversidade" colocando na mão de crianças de 5 a 10 anos de idade vídeos em que um menino aparece querendo namorar outro menino homossexual [o vídeo Probabilidades]? Quer dizer: no que isso vai ajudar a criança? Vai bagunçar a cabeça dela, ainda mais num momento de formação do caráter, da personalidade.
R7 – O Ministério da Educação informa que será exibido só para alunos de 14 a 18 anos, portanto para adolescentes do ensino médio.
Fonseca - [O MEC] está mudando, porque na apresentação do material [constava que] era de 5 a 10 anos de idade. Mas do mesmo jeito: 15 anos? Adolescente, que é a fase da curiosidade, da aventura, da formação.
R7 – O sr. acha que um adolescente pode ser induzido a se aventurar em práticas homossexuais com os vídeos?
Fonseca - Por que não? Os meninos [dos vídeos] estão ali como artistas. Já tem o incentivo das novelas. E não é só questão do incentivo, é questão da apologia de algo que não é natural. É fazer defesa de uma prática que não condiz com os bons costumes.
R7 – Mas o sr. não acha que a homofobia é um problema sério nas escolas?
Fonseca - Entendo que a preocupação do Ministério da Educação é legítima. Devemos discutir o que fazer. A metodologia está equivocada.
R7 – Como o bullying e a homofobia devem ser combatidos?
Fonseca - Qualquer tipo de discriminação ou preconceito, de criança ou adulto, tem que ser combatido pela sociedade. Nós não podemos admitir. Agora, o governo federal tem a prerrogativa de fazer uma campanha publicitária, de nível nacional, contra a discriminação ou preconceito de qualquer diferença: do negro, do homossexual, do índio...
R7 – Uma campanha contra o preconceito ao homossexual também?
Fonseca - Sim, claro! Por que não? Uma campanha publicitária, uma cartilha para as crianças ensinando a conviver com a diversidade. Agora, por que só homossexual? E os deficientes físicos? Por que concentra só nisso? E as outras minorias?
Construir uma escola de respeito, de consideração, sem qualquer forma de discriminação, eu acho legal. O Brasil precisa disso e está preparado para isso.
R7 – O homossexual deve ser tratamento diferenciado numa escola?
Fonseca - Os próprios educadores, a própria escola têm que falar de diversidade de gênero no Brasil. Por que não? Nós não ensinamos na escola que racismo é errado? Por que não incluir os homossexuais? Não sou contra combater a discriminação. Agora, não mostrando que isso é uma prática bacana, aí é que está o grande problema.
R7 – Como o senhor  vê, na Câmara, a aceitação ao kit?
Fonseca - Aqui não aceita. A Câmara representa a sociedade e a sociedade é conservadora. Ainda a sociedade não admite essa prática.

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