terça-feira, 29 de novembro de 2011

Funcionários travestis e transexuais do MEC poderão usar nome social no trabalho, publica Correio Braziliense


Uma portaria publicada nesta segunda-feira, dia 21, no Diário Oficial da União garante aos servidores públicos transexuais e travestis do Ministério da Educação (MEC) o direito de usarem o nome social em procedimentos oficiais da pasta. As informações são do jornal Correio Braziliense. Confira a reportagem a seguir. 

Travestis e transexuais usarão nome social


Os servidores públicos transexuais e travestis do Ministério da Educação (MEC) poderão escolher o nome pelo qual querem ser tratados em atos e procedimentos promovidos no âmbito da pasta. Isso inclui identificação no crachá, endereço de e-mail, cadastro pessoal, entre outras informações de uso interno. A decisão foi divulgada na edição de ontem do Diário Oficial da União. 

De acordo com a publicação, os direitos assegurados são restritos ao MEC, cabendo às autarquias vinculadas ao órgão a regulamentação própria. A Portaria nº 1.612 ainda prevê 90 dias para as mudanças propostas. Conforme o Diário Oficial, o nome social refere-se ao modo como travestis e travestis são reconhecidos, identificados e denominados em sua comunidade e meio social. 

Segundo Bianca Moura de Souza, funcionária pública da Secretária de Justiça do Distrito Federal e colaboradora da ONG Associação do Núcleo de Apoio e Valorização à Vida de Travestis, Transexuais e Transgêneos (AnavTrans), o uso do nome social é fundamental para a busca pelos direitos civis. "É uma forma de inclusão social mesmo. Ajuda a reforçar o direito dessas pessoas de viverem longe da marginalização", avalia a transexual, que conseguiu trocar seu nome na Justiça, mas ainda aguarda a cirurgia de mudança de sexo. Apesar de considerar a iniciativa bem-vinda, o deputado federal Jean Wyllys (PSol-RJ) afirma que a decisão é tardia. "É vergonhoso que o ministério só esteja fazendo isso agora. Essa é uma demanda muito antiga do movimento LGBT", argumenta. 

A norma do MEC, porém, não é novidade. Em maio do ano passado, o Ministério de Planejamento, Orçamento e Gestão estabeleceu a Portaria nº 223 com o mesmo propósito. Segundo Evaldo Amorim, presidente da ONG Elos LGBT Distrito Federal e Entorno, essa adoção em espaços públicos e privados é um dos itens principais na luta do movimento. "Estamos garantindo aos poucos a cidadania até que se conquiste uma lei própria", analisa. 

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